Modos de Inventar Cidades



“Ver o objecto em si como na realidade não é”
Oscar Wilde

Modos de Inventar Cidades é um projecto de trabalho de espaços e memórias que se conjugam numa construção de narrativas. Começando pela recolha de dados sobre espaços marcantes da cidade, muitos dele em estado de abandono, pretende-se construir, a partir de memórias de acontecimentos, imagens, registos escritos e sonoros, uma narrativa para cada um desses espaços, ou seja, pretende-se inventar cidades a partir do que sobra delas na memória. Cada pessoa conceptualiza o espaço da sua cidade conforme a época em que começa a movimentar-se nela. Mesmo com uma cidade em constante mutação, o que nos fica registado no pensamento são as coordenadas que existiam antes. Assim é normal que a um mesmo espaço estejam associadas diversas denominações (consoante as gerações). Modos de Inventar Cidades é um modo de registo do que já não há e invenção do que nunca vai haver.


REPRESENTAÇÕES
A imitação do passado procura os seus espaços performativos, espaços onde a
representação da realidade se incarna nas suas essências. Dentro da cidade, outras
histórias se constroem através das suas construções: será o urbanismo uma história que
se conta?


FICÇÕES
A partir da informação da nossa memória adivinha-se a construção de cenários e de
guiões para as nossas narrativas. A noção de museu ou monumento apresenta-se em
espaços que sofrem mutações no seu tempo de vida até se constituírem como tal.


RESIDÊNCIA
É possível residir um espaço artisticamente? Os elementos do quotidiano sobressaem
enleados em noções como lembrança, invenção e imaginação. Os pormenores da
construção narrativa materializam-se a partir de que dados e/ou momentos?


RECOLHAS
A experiência começa na recolha do material da narrativa. Procuram-se as diversas
dimensões da Memória dentro dos lugares que perfazem a História da Cidade. Como,
onde e de que forma se trabalha aquilo que se recolhe.


Novembro 2006, Luís Filipe Cristóvão