Como os ritmos de John Densmore nos álbuns dos The Doors, aos quais volto com a regularidade do estudante que pretende ainda descortinar um pouco mais do nexo da matéria, as semanas escorrem entre altos e baixos, rotundos bombos e leves paragens, todas elas entrecortadas por acontecimentos que se aceleram entre apito inicial e apito final, histórias que regressam de memórias de há muito, coisas que se transformam para o que há-de vir.
Como os olhos atentos do Aurélio Pereira, aprende-se a desconfiar de que há qualquer coisa por ali, seja no jogo, na frase, na conversa lateral que se foi tendo enquanto a bola era chutada para canto. Vai-se lendo um pouco mais de como fazem os grandes e, em vez de nos sentirmos pequeninos, percebemos que toda a vida tem um caminho e, de uma forma ou de outra, a algum lado havemos de chegar.
Como as vozes silenciadas percebemos que é preciso falar. Como as razões ignoradas entendemos que é fundamental perceber. Como a sorte e o azar têm um papel, imenso, nisto tudo, mas que não sirvam elas de desculpa para não se estar preparado quando somos chamados a ir a jogo. Mesmo nos dias em que nada estava marcado. Numa música, num livro, ainda estamos ligados.