Em Portugal vivia-se um dia de ressaca, depois da eliminação. A cura veio na forma de um dia impressionante e histórico no currículo de todas as grandes provas internacionais. Dois jogos com reviravoltas nos minutos finais, prolongamentos emocionantes e uma série de penáltis a decidir a ida para casa do principal favorito à vitória na competição. Se era preciso encontrar uma boa definição para o que é o futebol, ontem foi o dia.
Dia de gente que se ergue depois da tempestade. Unai Simón falha no lance que dá o primeiro golo à Croácia, para mais tarde vir a ser instrumental na defesa do último reduto espanhol. Os croatas pareciam condenados a passar apagados pelo Euro quando, nos minutos finais, Orsic marcou e assistiu para o empate. Álvaro Morata, de mal-amado, passou a salvador da honra com um remate que teve golo, orgulho e raiva num só gesto.
Noite de resistência. A França teve que usar o seu talento para lutar contra os erros estratégicos do seu treinador. Didier Deschamps acabou por atrapalhar um conjunto que solta genialidade por todos os poros. Num Europeu, um dia mau pode ser imperdoável. Sobretudo se, pela frente, surgir a Suiça de Vladimir Petkovic. Na forma como se bateu para ganhar vantagem. Como recuperou do soçobrar depois de um penálti falhado e três golos sofridos. Com Seferovic a bisar e Yann Sommer a mostrar porque é que é visto como um herói na Alemanha, onde joga. Voando para arrumar a eliminatória.