A Europa é redonda (3)

Tudo se preparava para o início da cerimónia de abertura do Euro2020 quando o jornalista da Antena 1, Nuno Matos, entra em direto de Budapeste, tendo ao seu lado um bicampeão mundial de judo, Jorge Fonseca. As palavras emocionadas e felizes do judoca que carregava consigo uma medalha de ouro ofereciam o tom para o que deve ser uma festa do desporto. A forma como descreveu a sua dedicação ao treino, toda a sua preparação e a surpresa dos adversários pelo seu ânimo em cada encontro comprovavam como o desporto pode transformar vidas. Jorge Fonseca, és um campeão. 

O Europeu começou, entretanto, em Roma, com a Itália a dar a sua primeira prova de favoritismo nesta competição. A Turquia bem tentou usar do cinismo como bilhete para a felicidade, mas essa artimanha, para já, tem dificuldade em colher nesta competição. Foi o brilhantismo e a paciência italianas que abriram espaços na defensiva turca, para na segunda parte chegarem os golos. Na memória ficará a dança de Berardi, a sentar Meras, para o cruzamento que abriu o marcador nesta partida. Demiral pode ser o azarado do momento, ao fazer autogolo. Mas é o drible anterior que ficará gravado na memória. 

Memória que acolhe e se refaz com o primeiro jogo deste sábado. Um País de Gales resistente frente a uma Suíça dominante mas não dominadora. Breel Embolo criou muito perigo, mas faltou um finalizador para carimbar as situações criadas. Do outro lado do campo, Kieffer Roberto Francisco Moore, nascido em Torquay, Inglaterra, de ascendência galesa por parte de uma avó. Um metro e noventa e seis de um tipo de jogador que se vai tornando raro na alta roda do futebol, excepto quando chega um Europeu. As Ilhas Britânicas continuam a oferecer-nos boas histórias (alguém me explica este nome?) caídas do céu para serem cabeceadas para golo. 


A versão televisiva de "A playlist de Fernando Santos" está disponível no site da SIC Notícias.