A Europa é redonda (5)


E ao terceiro dia, futebol. Mas um futebol daqueles que nos toca o coração. Um Áustria - Macedónia do Norte cheio de atribulações, equívocos táticos, maus passes, pressão a rodos. Um jogo que foi marcado para que se fizesse história, e assim se cumpriu. A Áustria nunca tinha marcado um golo numa primeira parte de um Euro, Lainer quebrou o enguiço. A Macedónia do Norte estreou-se numa grande competição e viu Goran Pandev, um mito nacional de 37 anos, fazer o empate. A Áustria nunca tinha marcado mais do que um golo num Euro e Gregoritsch reescreveu os recordes. Os austríacos nunca tinham ganho um jogo e assim somaram três pontos. 

Futebol, também, daquele que nos enche a barriga. Um jogão entre os Países Baixos e a Ucrânia, duas equipas que procuraram vencer, tiveram bons e maus momentos e, no final, o lateral-direito Dumfries fechou para os neerlandeses. O Grupo C trouxe-nos as vitaminas que estavam a faltar nesta prova, ajudando-nos a superar o trauma do dia anterior. Com a chegada do futebol, dos golos, da festa, chegam também as contas que se começam a fazer numa prova curta, onde todos os jogos são decisivos. 

Foi essa a impressão que nos deixou o Inglaterra - Croácia. O Grupo D joga-se a partir de um sobressalto oferecido pelo sorteio. O vencedor deste grupo jogará com o segundo classificado do grupo de Portugal, ou seja, poderá ter pela frente o campeão da Europa, o campeão do mundo ou a Alemanha. Contas difíceis de digerir para acompanhar a vitória. Mas a equipa inglesa não olhou para trás e acabou por vencer uma partida onde mostrou ser tão forte que nem os confrontos com um eventual favorito lhes farão confusão. A Inglaterra veio para este Euro para acabar onde começa, em casa, para onde está marcada a final.