A Europa é redonda (26)


Deu-se a volta à bola neste mês de Europeu, uma prova que nos veio demonstrar que o futebol é exatamente aquilo que sempre nos apaixonou. Talento, competitividade, impacto social, emoção. A primeira grande prova internacional pós-pandemia devolveu-nos boas sensações. Os favoritos que não têm como se aguentar em prova. Os fracos que se tornam fortes quando chegam ao grande palco. Os momentos trágicos que ajudam a formar equipas. O jogo feito de incerteza e de uma enorme vontade de ganhar. Também por isso estamos quase impacientes para que se jogue, hoje, a final, também por isso já estamos com saudades. 

2021 não nos deixa grande espaço para achar que antigamente era melhor. A organização das equipas não deixa de acreditar na capacidade de desequilíbrio dos seus melhores jogadores. O talento encontra terreno e é protegido pelas regras do jogo. As equipas, mesmo numa prova que se abre quase a metade dos países europeus, revelam uma qualidade e competitividade que roçam o inimaginável. É o futebol cosmopolita a conquistar e a amadurecer o seu campo. Onde as identidades se ligam ao jogo e não aos nacionalismos. Onde se recupera um espaço de liberdade numa realidade que se ameaça irrespirável.

Quando comecei a escrever estes pequenos textos, a 10 de junho, estava longe de imaginar tudo aquilo que este Euro me iria trazer. Para lá do prazer dos grandes jogos e de todas as vivências, este foi um momento altamente desafiante a nível profissional. O trabalho realizado no Diário do Euro da SIC Notícias, os jogos em direto na SIC, os jogos e os comentários na Antena 1, o artigo escrito para o Expresso. Trabalho que envolveu dezenas de pessoas que estiveram à altura dos melhores craques desta prova, acreditem. Para além disso, ainda recebi as duas doses da vacinação COVID-19, levando-me a terminar este período preparado para o que aí vier. Fecharei aqui a redondinha e, mais logo, na Antena 1, com os comentários ao jogo final. Obrigado por terem feito esta viagem comigo.