Anéis Olímpicos (3)


Cada um usa os anéis que pode. Os primeiros dias de competição, ainda antes da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, seguem um pouco sonolentos. Primeiras jornadas das provas de futebol, com muitos golos e algumas surpresas, o destaque na forma como as equipas europeias se apresentam na prova, mesmo aquelas que levaram os seus melhores jogadores. Uma vez mais, não será pelo futebol que estes Jogos serão lembrados.

Cada um usa os anéis que deseja. Saio cedo para uma caminhada e cruzo-me com os gatos da Ecopista, mãe e filho que andavam pelo meio das ervas. Tratados como pequenos reis, tomam conta dos terrenos que diariamente são cuidados entre o rio e o caminho onde passam algumas pessoas. O mais pequeno olha-me fixamente, de certeza atento a qualquer movimento que lhe transmita a necessidade de se escapar para um esconderijo. 

Cada um usa os anéis que cria para si. Não há trajetórias facilitadas para se alcançar um objetivo.  Tantas vezes aquilo que parece fácil, visto de fora, resulta de um largo trabalho e de muitas complexidades que escapam ao olhar observador. Mas há alguns resultados que são bem mais sólidos que outros. As diferenças percebem-se. E estas coisas, uma vez vistas, não podem ser ignoradas. Vamos aos Jogos.