Anéis Olímpicos (5)


Os campeões são para sempre. Telma Monteiro ficou pelo caminho na prova de Judo, mas mostrou a sua fibra no momento da despedida. Para quem compete, não há sentido para o participar sem ser para ganhar. Telma Monteiro ganhou. Ganhou-nos a todos na forma como nos fez acreditar naquelas suas palavras. Sempre que se vai a jogo, é com o máximo dos objetivos. Os campeões são para sempre. Não nos esqueçamos disso. 

O desporto é a vida. João Sousa é como qualquer um de nós. Com um enorme talento, com uma vida de trabalho, de sacrifícios, a encarar as dificuldades que a vida não deixa de lhe colocar no caminho. Na prova individual de ténis, entrou a vencer no primeiro set, mas acabou por sair derrotado do duelo com o checo Tomas Machac. O jogo foi disputado, mas a partir do segundo set, sempre que o encontro se tornava mais exigente, era Machac quem dava sinais de estar melhor. Por vezes, mesmo quando damos tudo, fartamo-nos de tentar. João Sousa, bem o sabemos, não ficará por aqui. 

Por vezes achamos que as pessoas têm que ter apenas uma dimensão. Os heróis são os heróis, os maus sempre piores em qualquer fita. E, no entanto, não é assim que funciona. Pode-se ser um vencedor, estar do lado certo da luta, num momento concreto que marca toda a história do país, como podemos acabar exatamente do lado contrário, expostos nas nossas fragilidades, por arriscarmos acreditar em algo que não se concretiza. As coisas que acontecem nunca são boas ou más para toda a gente. Bem pelo contrário. Em determinados momentos, ser por um Portugal livre implicou ser contra os portugueses que nos queriam de amarras. Por isso fica claro aquilo a que damos importância na forma como lemos cada acontecimento. Na complexidade que nos oferece a destrinçar.