Em comum


Em tempos de isolamento e radicalização dos discursos, o esforço necessário é o da procura daquilo que temos em comum. Encontrar o terreno onde se possam discutir as opções que venham a beneficiar, no seu todo, a comunidade. Entender a forma de viver e sentir de cada uma das partes, integrar aqueles que se sentiram colocados à parte na evolução desenhada pelos tempos. 

O perigo de olharmos apenas para os números genéricos que indicam a clara melhoria das condições de vida no nosso país é o de esquecermos as fragilidades que se registam no todo. A melhoria da média implica, sempre, um renovar das expetativas daqueles que vivem em piores condições, e o trabalho de quem assume responsabilidades públicas é o de equilibrar o terreno de onde se parte para a vida. 

Vive-se demasiado dentro da sua própria bolha. A informação não corre da mesma forma conforme o local onde vives, as ambições que tens. Essa lacuna é aproveitada para que pensamentos anti-democráticos continuem a crescer. O jovem que defende uma ditadura sem perceber que esta afetaria todas as suas liberdades. O homem que abdica de ir votar e continua com um problema na sua rua por resolver. Essas pessoas também pertencem à nossa comunidade e precisam de ser chamadas a participar. Em comum, com elas, a necessidade de respostas que tornem mais forte a nossa sociedade.